Percebi que a minha solterice estava me fazendo mal não porque eu estava me sentindo solitário demais. Nada disso! As conseqüências negativas estavam surgindo, pois as esposas e namoradas de meus amigos já não deixam eles saírem comigo com a mesma freqüência de antes. Se antes eu era o cara bacana hoje sou a má influência.
Isso ficou claro na última sexta-feira. Vi que estava sendo marcado um encontro entre amigos depois do trabalho e ouvi toda a conversa entre a mulher do Marcão e ele.
- Quem vai?
- Ah, vai todo mundo aqui do trabalho. Cada um vai levar a sua esposa ou namorada e a gente fica lá bebendo, conversando...
- Ele vai?
- Quem?
- Você sabe de quem estou falando! – disse já alterando um pouco a voz.
- Claro que vai! Afinal é nosso colega de trabalho!
- Então, eu não vou!
- Como assim não vai?
- Se ele for ou não vou. - Era o ultimato!
- Mas, por quê?
- Ora, você sabe por quê. Ele fica contando as aventuras sexuais e amorosas dele e todos, sem exceção, ficam de olhos e ouvidos arregalados ouvindo aquilo e deixam de dar atenção a nós, esposas, para escutar o que ele tem a dizer.
- A gente só tá conversando, Laisinha! (Essa tática de usar o nome da mulher no diminutivo é típico do homem que sabe que jamais vai conseguir convencê-la).
- Conversando? Vocês só escutam! De vez em quando um ainda diz: “Conta mais!” E o outro completa: “Os detalhes, eu gosto mesmo é dos detalhes”. Mas o que mata mesmo é que vocês ficam de braços cruzados imaginando todas aquelas cenas que ele descreve e ao final todos, sem exceção, soltam aquele: “Ai, ai!”.
- Como é que é?
- Sei que ele é seu amigo, que já te ajudou bastante, mas precisa dizer o tal do “ai,ai”. Esse “ai,ai” é que mata.
- Tudo bem então. Vou falar para a turma que ele não vai.
E o Marcão chegou e contou toda a história que eu já tinha ouvido. Daqui a pouco o Cadu, o Paulo, o Cabeça, enfim todos os amigos que tinham namoradas ou esposas. Estava excluído do grupo! Arrumar alguém era urgente, ou não.
- Cara,você ficou chateado? – perguntou o Marcão.
- De jeito nenhum. Já fui casado e sei bem como é isso.
- E você, vai fazer alguma coisa hoje?
- Claro. Rapaz, conheci uma garota na semana passada que é um espetáculo. E umas primas delas chegaram hoje e estão todas hospedadas na casa dela. Acho que vou sair com elas.
- Sério? Conta mais!
- O final da história, meu amigo, na segunda-feira eu te conto.
- Ai, ai!
É a pura verdade...
ResponderExcluirkkkkkk
Infinitos risos!