domingo, 22 de abril de 2012

Uma palavra

- Me define com uma palavra.
- Ah?
- Vai lá! Como você me definiria com uma palavra.
- Sei lá! Você é tão complexa que acho complicado definir em uma só palavra.
- Quer dizer que é assim que sou pra você?
- Assim como?
- Complexa e complicada. Minha definição com uma palavra pra ti é essa, pois pelo menos escolha uma dessas duas palavras.
- Olha, você não está entendendo...
- Entendi sim. Bora, desembucha: uma palavra. Agora. Vai.
- Tá bom. É... é...
- Oh, coisa difícil. Depois a complexa e complicada aqui sou eu.
- Maravilinda!
- Ah?
- Maravilinda. É esta a palavra pra te definir.
- Ah, mas isso não existe. Não tem no dicionário.
- Você pediu uma palavra. Não comentou nada a respeito de dicionário. Pra mim você é maravilhosa e linda, ou seja, maravilinda.
- Gostei não.
- Não?
- Você não sabe me definir e fica inventando coisas.
- Mas meu bem, o amor é mesmo assim: indecifrável. Ninguém consegue definir o que sinto por você, por exemplo.
- Ah, é? Sei...
- E olha, não sei pra que esse negócio de definições. E mais: em uma palavra. Onde já se viu?
- Insensível.
- Ah.
- Te defini. Com uma palavra.
- Amor...
- Insensível.
- Tá bom, é assim? Chata!
- Ah?
- Chata.
- Barrigudo.
- Vesga.
- Ah, vesga eu? Era só o que me faltava. Neste instante eu era “maravilinda”, agora sou vesga.
- Quem começou a insultar foi você.
- Quer saber de uma coisa? Pra mim chega!
- Como assim?
- Chega! Fim! Acabou!
- Calma!
- Tchau!
- Mas...
E saiu assim da minha vida: com uma palavra.

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