segunda-feira, 4 de abril de 2011

Que no próximo ano, pessoas não sejam só estatísticas

2010 bem que poderia ser descrito por números. Até o último final de semana, os números da violência na Capital cearense e sua Região Metropolitana fizeram as estatísticas atingirem o patamar de 1.806 homicídios somente neste ano. Um crescimento de 27% da quantidade de assassinatos em relação a 2009.

Além disso, nas rodovias federais o aumento do caso de acidentes com vítimas fatais é assustador. Em 2009, 141 pessoas morreram nas BRs que cortam o nosso Estado. Até o último feriadão, 266 pessoas perderam a vida nas estradas federais. Quase o dobro!

E não para por aí. Diariamente noticiamos a escalada de violência contra as mulheres (somente no primeiro semestre deste ano foram 76 assassinadas, sendo que o número deve estar bem maior), crianças e outras minorias (o número de homossexuais mortos a cada ano só aumenta, foram 200 na última década). Falamos de percentuais, “mais uma”, “de novo”, e tudo vira estatística.

O governo trabalha com estatísticas, pessoas viram números e nos esquecemos das histórias de vidas dela. Quem foram os jovens assassinados vítimas das drogas este ano em nosso Estado? Por que preferiam a “pedra do cão” ao banco de uma escola? Quais seus sonhos, suas angústias? E as mulheres que foram assassinadas por pessoas que juravam amor? Vale a pena somente mostrar que a violência cresceu através de números, ou seria muito mais chocante se conhecêssemos a história de vida dessas mulheres. Por que é tão difícil para o homem entender que uma mulher não o ama mais?

Por que já não nos chocamos mais e entedemos apenas como “mais uma”? Ninguém pode ser mais um. Não queremos que mortes, acidentes, agressões, abusos sexuais virem meras estatísticas. Eu não sou um RG ou um CPF! Cada um é um ser próprio, com identidade, sonhos, angústias e uma história única que não podem ser resumidas a um único número.

Meu desejo para 2011, é que não nos tornemos estatísticas. Não quero ser apenas mais um que fica indignado com tanta violência. Espero que consiga…

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