segunda-feira, 4 de abril de 2011

R$ 23 milhões saem do seu bolso para manter os presos na cadeia

Nelson é um típico trabalhador do nosso imenso Brasil. Acorda cedo, toma o café apressado, beija a esposa, passa a mão carinhosamente no filho e segue para mais um dia de trabalho. Passa o dia sob duas rodas, arriscando-se entre os carros no complicado trânsito de Fortaleza. Ele tem que fazer entregas na hora adequada para que o cliente não reclame que o produto chegou atrasado. Para poder completar a renda de sua família, Nelson faz bico no fim de semana. Ele trabalha de domingo a domingo para poder juntar pouco mais de um salário mínimo por mês para casa.

Para poder dar uma boa educação para seu filho, a esposa do nosso personagem trabalha como diarista a fim de que seu rebento estude em uma escola particular do bairro e tente pelo menos ter um destino melhor que seu pai.

A vida de Nelson é a mesma de milhares de brasileiros que trabalham muito e recebem uma miséria no final do mês. A assistência do Estado para essas pessoas é praticamente nula.

Mas Nelson não imagina que o seu apurado no final do mês é bem menor do que o Governo gasta para manter um preso. Segundo o coordenador do sistema penitenciário do Ceará, Bento Laurindo, um preso custa, em média, R$ 1.480,00 para o Estado. Ou seja, quase três vezes o valor de um salário mínimo – que hoje é de R$ 510,00. O detento come, tem um abrigo, comida e algumas outras “regalias” à custa do dinheiro público. Dinheiro de contribuintes como Nelson.

O número do gasto com o sistema carcerário se torna ainda mais absurdo quando chegamos ao montante do que é usado somente com os presos em nosso Estado. De acordo com a Secretaria de Justiça, o número atual de presos nas unidades carcerárias do Ceará é de 15.677. Multiplicando isto pelo custo médio do detento, chegamos ao valor de R$ 23 milhões gastos por mês com presos no Ceará. Isso mesmo: para manter os encarcerados o governo gasta R$ 23 milhões por mês.

Muito dinheiro gasto por quem nada dá de retorno para o Estado. O ideal era que fossem feitas parcerias com empresas privadas, a fim de que presos em regime aberto ou semi-aberto tivessem oportunidade de se redimir e gerar impostos e renda. Seria dinheiro circulando fora da cadeia e não gasto dentro dela.

Uma solução para diminuir os gastos com o sistema carcerário em nosso Estado é urgente e necessária. Afinal, não é justo que o nosso querido Nelson pague impostos para um Estado que gasta um absurdo para manter um preso em uma cela e ele próprio tenha de pagar uma escola particular para seu filho, já que o mesmo Estado não garante uma educação de qualidade para os nossos estudantes.

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